Larissa
Ceres Lagos
(UFSC)
RESUMO
Este artigo tem como
objetivo propor uma leitura da história em quadrinhos “Achados e Perdidos”
através do conto “Do You Love Me?”. Discutindo desde os aspectos gráficos e
editoriais (trilha sonora) da HQ e extraindo a ideia principal do conto, é
feita uma análise sobre o comportamento social nas metrópoles modernas e as
consequências quanto à construção e “manutenção” das relações interpessoais.
Palavras-chave:
Literatura Contemporânea; Histórias em
Quadrinhos; Modernidade.
ABSTRACT
This paper aims to propose a reading of the comic “Achados e Perdidos”
through the tale “Do You Love Me?”. Discussing the comic editorial and graphic
aspects (soundtrack) and extracting the main idea of the tale, it is analyzed the
social behavior in the modern metropolis and the consequences on the
construction and “maintenance” of interpersonal relations.
Key-words: Contemporary Literature; Comic Books; Modernity.
“Abençoados
sejam os esquecidos, porque tiram o
melhor
dos seus equívocos”.
Friedrich
Nietzsche
Os
sintomas da liquidez moderna não são novidade, se levamos em conta que Georg
Simmel entre outros sociólogos já falava de modernidade (ou o que se entendia
por modernidade) desde início do século XX. Quando as primeiras metrópoles
começaram a surgir, e junto delas grandes transformações sociais, a relação do
homem com seu semelhante nesse espaço já mostrava indícios que podemos perceber
determinantes na sociedade atual.
“A
luta que o homem primitivo tem de travar com a natureza pela sua existência física alcança sob esta forma moderna
sua transformação mais recente.” (SIMMEL, 1979, p.12). Durante o texto, um dos
pilares da sociologia e urbanismo, Simmel vai contrapor as diferenças entre a
vida metropolitana e campesina afirmando que, diferentemente do campo, é
condição da metrópole que seu habitante seja mais pragmático e implica em um
desenvolvimento muito mais racional que o homem do campo. No entanto, em
detrimento à racionalidade, o homem da grande cidade se torna emocionalmente
atrofiado, substituindo relações por conexões.
O
labirinto em que se transformariam as metrópoles não é somente detectado pela
mente, mas também sentido pelos pés do passante, pois que se torna físico esse
espaço. Na modernidade, a
perda da unidade temporal implica consequentemente na desfragmentação do
espaço, inclusive o urbano (físico e mental). As forças sufocantes de uma
metrópole obrigam seus habitantes a percorrerem suas ruas ladeadas por altos
edifícios angustiando seus passantes.
Segundo
Engels (apud Benjamin, 1989,
p.54):
O próprio
tumulto das ruas tem algo de repugnante, algo que revolta a natureza humana.
Essas centenas de milhares de pessoas de todas as classes e situações, que se
empurram umas às outras não são todas seres humanos com as mesmas qualidades e
aptidões e com o mesmo interesse em serem felizes?... E, no entanto, passam
correndo uns pelos outros, como se não tivessem absolutamente nada em comum,
nada a ver uns com os outros; e, no entanto, o único acordo tácito entre eles é
o de que cada um conserve o lado da calçada à sua direita, para que ambas as
correntes da multidão, de sentidos opostos, não se detenham mutuamente; e, no entanto,
não ocorre a ninguém conceder ao outro um olhar sequer. Essa indiferença
brutal, esse isolamento insensível de cada indivíduo em seus interesses
privados, avultam tanto mais repugnantes e ofensivos quanto mais esses
indivíduos se comprimem num espaço exíguo.
Trataremos
nesse artigo do olhar e da funcionalidade do olhar na sociedade contemporânea.
Para isso tomamos como partida o que diz Merleau-Ponty (1975, p.278) em seu
ensaio “O Olho e o Espírito”:
Imerso no
visível por seu corpo, embora ele próprio visível, o vidente não se apropria
daquilo que vê: só se aproxima dele pelo olhar, abre-se para o mundo. E, por
seu lado, esse mundo, de que ele faz parte, não é em si ou matéria.
Os
confrontos encontrados em duas narrativas distintas – a história em quadrinhos “Achados e Perdidos”[1]
de autoria de Eduardo Damasceno e Luís Felipe Garrocho e o conto “Do You Love Me?”[2]
do escritor australiano Peter Carey – com pontos de intersecção, o
desaparecimento inexplicável de seres humanos e o comportamento daqueles que os
rodeiam.
A HQ começa com personagem Dev acordando
enigmaticamente com um buraco negro no estômago. Logo na primeira página
(Figura 1), notamos que se trata de um personagem melancólico e através da
diagramação, notamos que o uso do requadro[3]
e das cenas (bem como a trilha sonora) nos guiam por uma atmosfera de solidão e
tristeza. Eisner (2001, p.20) aponta que:
O formato (ou
ausência) do requadro pode se tornar parte da história em si. Ele pode
expressar algo sobre a dimensão do som e do clima emocional em que ocorre a
ação, assim como contribuir para a atmosfera da página como um todo. (...) Além
de acrescentar à narrativa um nível intelectual secundário, ele procura lidar com
outras dimensões sensoriais.
Figura 1
Ainda
com relação à atmosfera entoada desde o início da história, a “Achados e Perdidos” também conta com uma
trilha sonora especialmente composta para narrativa que, de certa forma, ajuda
a compor o ritmo e o timing das ações.
A
medição do tempo não só tem um enorme impacto psicológico como também nos
permite lidar com a prática concreta do viver. Na sociedade moderna, pode-se
até mesmo dizer que ela é um instrumento de sobrevivência. Nas histórias em
quadrinho trata-se de um elemento estrutural e essencial. (EISNER, 2001, p. 20)
Ao
descobrir o buraco negro no estômago de Dev, Pipo, seu amigo, mergulha no seu
interior em busca de uma caixa de lembranças que o pai de Dev deixou antes de
ir embora. Ao chegar “no fundo da toca”, Pipo nota alguns objetos que não
pertenceriam a Dev e acaba seguindo Cervantes, um cachorro que o guia até um
segundo buraco negro localizado embaixo da cama de Laura – colega de classe de
ambos.
Enquanto
Laura aos poucos passa a aceitar sua personalidade, Dev não se acredita amado
ou útil, logo sua existência não deveria fazer diferença no universo.
Consequentemente, o buraco negro embaixo da cama de Laura desaparece enquanto
Dev, desacreditado, acaba sendo gradualmente consumindo na frente do seu amigo.
Simultaneamente,
em uma realidade paralela no conto “Do
You Love Me?”, a história se inicia por um viés muito mais pragmático
explicando os modos como a sociedade se comporta com a “matéria”, ou
basicamente tudo o que pode ser visto.
Atribuindo
elevado reconhecimento aos cartógrafos, que mapeiam e divulgam relatórios sobre
fronteiras do país com o intuito de comprovar a existência de cada cêntimo de
terra, em uma sociedade que pauta a organização de sua realidade através de um
relatório onde todas as coisas são contabilizadas para assegurar que o inventário
apresente resultados de acúmulo ou, principalmente, de que não apresente
perdas.
No
entanto, o narrador (cujo pai é um cartógrafo) explica que por algum tempo as
regiões inabitadas e impróprias para indústria ou agricultura, vem se tornando
cada vez menos reais, como que cobertas por uma névoa. É quando os cartógrafos
começam a mentir sobre os relatórios para evitar uma revolta
A
partir desse ponto, os “desaparecimentos” se tornam cada vez mais frequentes
até que determinado dia, um prédio todo se “desmaterializa” sob as vistas de
uma multidão de duzentas pessoas. Levados pelo caos da situação, a sociedade
torna-se irracional e violenta. E é quando pessoas começam a desaparecer que o
desespero diante do desconhecido começa a buscar explicações para o fenômeno.
“O
mundo, de acordo com meu pai, era exatamente como o corpo humano e tem seu
próprio mecanismo de defesa em que se defende de si mesmo contra qualquer coisa
que o ameace ou seja desnecessário” [4]
(CAREY, 1993, p.49, tradução minha), diz
o narrador-personagem.
À
medida que o conto evolui, percebe-se que o pai do narrador não é o único que
compartilha dessa ideia. Ao narrar “uma cena desagradável” enquanto o
personagem-narrador está a espera de sua namorada, nota um homem de cerca de
quarenta anos passar correndo por ele, pois estava de desmaterializando
rapidamente. As pessoas pareciam deliberadamente evitar a visão da cena, o
narrador conta que encara o homem na esperança de que, de alguma maneira,
pudesse mantê-lo ali enquanto a ajuda não chegava. Por acreditar na teoria do
pai, ele se obriga a tentar amar o sujeito, no entanto explica
envergonhadamente que sua face o irritou. “Eu tentei amá-lo, mas acredito que
falhei”[5]
(CARREY, 1993, p. 50) Enquanto observava o homem
tentar pegar um taxi (cujos motoristas, ao notarem que ele está desaparecendo,
se recusam a parar) o escuta dizendo repetidas vezes “Eu quero ir para casa,
para minha mulher!”[6] (ibid.)
“Amar
o próximo pode exigir um salto de fé. O resultado, porém, é o ato fundador da
humanidade. Também é a passagem decisiva do instinto de sobrevivência para a
moralidade.”, reflete Bauman (2004, p.98). A
busca da condição de amor ao próximo se torna uma necessidade cada vez maior
para o personagem-narrador, quando ao ver sua namorada pergunta “Do You Love me?” (op. cit., p. 51)
Quanto
à cena final de “Do You Love Me?”, ao
notar o gradativo desaparecimento do pai, o narrador-personagem tenta sentir
amor pelo pai (ainda que seja desencadeado mais por uma sensação de obrigação
que de vontade), no entanto as únicas lembranças que recorrem à sua mente são
as que de alguma forma experimentou humilhação ou dor causadas por seu pai.
Ainda que sentisse o inverso, disse “Eu amo você” (op. cit., p. 54). Enquanto desaparece, o pai começa a rir
incontrolavelmente dizendo “Seus idiotas, [...] eu gostaria que vocês pudessem
ver as suas malditas caras tolas”[7]
(ibidem), deixando mãe e filho perplexos, seguido pela nervosa pergunta da mãe
a ele: “Você me ama?”. (ibid.)
O desaparecimento do pai, ainda que
resultante de um intento natimorto, aponta que por nunca se mostrar
inteiramente para do filho, o pai se anula na sua condição de reflexo e
reflexão, deixando de ser referência e, consequentemente sucumbindo à
desmaterialização.
O fantasma do espelho arrasta para fora
minha carne, e, do mesmo passo, todo o invisível de meu corpo pode investir os
outros corpos que vejo. Doravante, meu corpo pode comportar segmentos extraídos
dos dos outros como minha substância se transfere para eles: o homem é espelho
para o homem. (MERLEAU-PONTY, 1975, p.283)
Se
o homem é o espelho para o homem, como diz Merleau-Ponty, em uma interface
entre as duas propostas narrativas, vemos que a teoria do pai do narrado de “Do You Love Me?” poderia explicar em
alguns níveis o desaparecimento (ou gradativo desaparecimento) do personagem Dev.
O fato de se sentir deslocado e vazio fez de Dev uma vítima de sua própria
consciência.
A
teoria central do conto de Peter Carey é explicitada na fala do pai cartógrafo
“Pessoas que não são amadas irão desaparecer. Tudo aquilo que não é amado irá
desaparecer da face da terra. Nós somente existimos através dos outros e é tudo
o que digo sobre isso.” [8](CAREY,
1993, p.49-50).
Dev
não aceita ser o reflexo para ninguém, falha na tentativa de encontrar o pai
nas lembranças deixadas antes de ir embora quando acredita que a ideia da
existência de um pai ser a chave da sua própria permanência. Somente quando
existe o confronto (imaginado ou não, real ou não, não nos cabe discutir) é que
percebe o ponto fundamental para “voltar”.
Segundo
Bauman (1993, p.100):
[...] para
termos amor-próprio, precisamos ser amados. A recusa do amor – a negação do
status de objeto digno de amor – alimenta a auto-aversão. O amor-próprio é
construído a partir do amor que nos é oferecido por outros. Se na sua
construção forem usados substitutos, eles devem parecer cópias, embora
fraudulentas, desse amor. Outros devem nos amar primeiro para que comecemos a
amar a nós mesmos.
Somos
levados da sensação de amargura e claustrofobia dos requadros e da palheta de
cores mais densa e escura das primeiras páginas da história (que nos leva a
internalizar a partir desse ponto a sensação imposta ao personagem) para a diferença
da a última página onde o requadro não aparece[9],
os elementos gráficos são mais abertos e a palheta de cores mais viva.
Figura 2
E
é tendo em vista esse pensamento que Dev percebe que o impacto que o vazio da
sua existência criaria na vida daqueles que nutrem por ele afeição é que
compreende que o horizonte de eventos[10]
(fronteira imaginada entre que permite a “volta” do buraco negro), no seu caso,
não passa de uma impossibilidade criada por ele mesmo. Bem como o resgate à
memória do amigo, a recriação da imagem de Dev pelo amigo.
Diegeticamente,
ambas as situações relatam grandes tragédias irreversíveis e o fim do conto de
Carey é potencialmente aterrador (pois é suspenso) bem como a resolução
pacífica da HQ não desmantela a sequência de eventos que levaram ao
desaparecimento por completo, ainda que momentâneo, do personagem Dev.
É
a criação do vazio. Tanto em “Do You Love
Me?” quanto em “Achados e Perdidos”,
a desintegração não leva ao esquecimento da matéria que estava presente ainda
há pouco, e sim ao surgimento de algo que não é ou está mais presente.
Diferentemente da morte – onde, geralmente, é velada a evidência física – o
desaparecimento pode ser pensado como sintoma, não como doença (ou em termos de
finalidade).
“Um
trabalho do sintoma que atinge o visível em geral e nosso próprio corpo vidente
em particular. Inelutável como uma doença. Inelutável como um fechamento
definitivo de nossas pálpebras. (...) Abramos os olhos para experimentar o que
não vemos, o que não mais veremos – ou melhor, para experimentar o que não
vemos com toda a evidência (a evidência visível) não obstante nos olha como uma
obra (uma obra visual) de perda. Sem dúvida, a experiência familiar do que
vemos parece na maioria das vezes dar ensejo a um ter: ao ver alguma coisa,
temos em geral a impressão de ganhar alguma coisa. Mas a modalidade do visível
torna-se inelutável – ou seja, votada a uma questão de ser – quando ver é
sentir que algo inelutavelmente nos escapa, isto é: quando ver é perder. Tudo
está aí.” (DIDI-HUBERMAN,1998, p.34)
Diferentemente
também da morte, que permeada principalmente (mas não unicamente) pela
mitologia cristã perpetua a cultura dos túmulos onde o homem é levado a crer em
algo “superior” ao se questionar diante do esvaziamento perante o invólucro de
carne e ossos[11],
essa crença não pode ser partilhada nos desaparecimentos. Pois não há absolutamente
nada, além da memória, que restitua o homem dentro do tempo e do espaço. Do
vazio resultante do desaparecimento, nada se reflete. Não há corpo, não há
olhar recíproco.
O que vemos só vale – só vive – em nossos olhos pelo
que nos olha. Inelutável porém é a cisão que separa dentro de nós o que vemos
daquilo que nos olha. Seria preciso assim partir de novo desse paradoxo em que
o ato de ver só se manifesta ao abrir-se em dois. (DIDI-HUBERMAN,1998,
p.29)
Ver
e enxergar o outro são as únicas maneiras de ser percebido, no entanto, qual é
a maneira de reter algo que desaparece diante dos nossos olhos, além da
percepção momentânea do evento? Qual pode ser a estratégia de resistência
contra algo, aparentemente, irreversível?
A
solução a que chega através da pergunta-título do conto: Você me ama? Eu
percebo o seu amor por mim?
Para
Bauman (2004, p.98), “Com esse ingrediente (amar
o próximo), a sobrevivência de um ser humano se torna a sobrevivência da
humanidade no humano”. Como em uma imagem refletida, apesar da natureza
paradoxal, o homem se vê, se enxerga e enxerga no outro a si mesmo,
transferindo para ambos os lados a realidade física e a transferência de
informação.
Diz
Merleau-Ponty (1975, p.278-279):
O enigma reside
nisto: meu corpo é ao mesmo tempo vidente e visível. Ele, que olha todas as
coisas, também pode olhar a si e reconhecer no que está vendo então o
"outro lado" do seu poder vidente. Ele se vê vidente, toca-se
tateante, é visível e sensível por si mesmo. É um si, não por transparência,
como o pensamento, que só pensa o que quer que seja assimilando-o,
constituindo-o, transformando-o em pensamento - mas um si por confusão, por
narcisismo, por inerência daquele que vê naquilo que ele vê, daquele que toca
naquilo que ele toca, do senciente no sentido -, um si, portanto, que é tomado
entre coisas, que tem uma face e um dorso, um passado e um futuro...
À
distância de um toque: ver, enxergar e perceber além da neblina diáfana que
separa os transeuntes pelos pequenos labirintos da metrópole, permeadas pelas
efêmeras relações afetivas da modernidade.
“O
mundo precisa de cartógrafos (...) porque se eles não tivessem cartógrafos, os
tolos não saberiam onde estão” diz o pai do narrador em “Do You Love Me?” (op.cit., p. 53), o que nos oferece outras possibilidades
sobre os desaparecimentos do conto de Carey. Talvez o amor que falte naquela
sociedade não é só o amor pelo próximo, mas também a si mesmo.
Assim, o olhar
constitui afeto: cada personagem, ao ver ou não ver, sentir ou não sentir, amar
ou não amar, está praticando a cartografia do outro: percebendo o outro,
certifica-se de sua existência, de que ele está lá, como os cartógrafos
viajantes da história. (ALMEIDA, 2009, p.6)
Pois
para ver o outro – o espelho de Merleau-Ponty – precisamos, com o princípio da
lógica – nos enxergar. O reflexo do outro é também o nosso, a construção da
imagem e do reflexo é um processo conjunto entre os sujeitos, praticado
exaustiva e concomitantemente.
Referências
ALMEIDA, A. de. “Do you Love me?” – Uma cartografia do outro. In:
Artciencia, ano IV, n.9, out. 2008 – jan. 2009.
BAUMAN, Z. Amor líquido: sobre a fragilidade das relações humanas. Trad. de
Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004.
BENJAMIN,
W. Charles Baudelaire um lírico no auge
do capitalismo. Obras Escolhidas: v.
3. Tradução José Martins Barbosa e Hemerson Alves Baptista. São Paulo:
Brasiliense, 1989.
CASTIÑEIRAS, J. CRISPINO, L.C.B. e
MATSAS E.A. Horizonte de Eventos. In:
Scientific American Brasil. [50-56] Out.2004.
CAREY, P. The
Fat Man in History. New York: Vintage Books, 1993.
DAMASCENO, E.; GARROCHO, L. F.; ITO, B. Achados e perdidos. Belo Horizonte:
Mingulim, 2012.
DIDI-HUBERMAN, G. O
que vemos, o que nos olha. Trad: Paulo Neves. São Paulo: Editora 34, 1998
Eisner, W. Quadrinhos e Arte Sequencial. Trad. Luis Carlos Borges. São Paulo:
Martins Fontes, 2001.
MERLEAU-PONTY, M. O Olho e o Espírito,
In: Os Pensadores, São Paulo: Abril,
1975.
[1] “Achados e Perdidos”, é uma publicação independente de autoria de
Eduardo Damasceno, Luis Felipe Garrocho, com trilha sonora de Bruno Ito (pois
para a experiência de leitura da HQ é recomendado que o cd incluso seja
escutado concomitantemente) que teve sua primeira edição em 2011 através de uma
plataforma online que financia projetos independentes (www.catarse.me).
Em resposta à grande repercussão (incluindo o 24° troféu HQMIX de Homenagem
Especial em 2011), ganhou nova edição em 2012 pela editora Miguilim.
[2] Conto incluído na coletânea The Fat Man in History, publicada em
1993.
[3] “Além da sua função principal de
moldura dentro da qual se colocam objetos e ações, o requadro do quadrinho em
si pode ser usado como parte da linguagem “não verbal” da arte sequencial.” (EISNER,
2001, p 44)
[4] “The world, according to my father, was exactly like the human body
and had its own defence mechanisms with which it defended itself against anything
that either threatened it or was unnecessary”
[5]
“I tried to love him but I’m afraid I failed.”
[6]
“I want to go home to my wife.”
[7] “You bloody fools, [...] I wish you could see the looks on your
bloody silly faces.”
[8] “People who are not loved will disappear. Everything that is not
loved will disappear from the face of the earth. We only exist through the love
of others and that’s what it’s all about.”
[9] Para Eisner
(2001, p. 45): “A ausência de requadro expressa
espaço ilimitado. Tem o efeito de abranger o que não está visível, mas tem
existência reconhecida”
[10] “O conceito
moderno de buraco negro surgiu no século XX. Um ano depois de Albert Einstein
ter completado a teoria da relatividade geral, em 1915, o astrofísico alemão
Karl Schwarzschild encontrou a solução de vácuo esfericamente simétrica para as
equações de Einstein. Como ficaria claro anos mais tarde, essa solução podia
descrever também aquilo que seria identificado como um buraco negro estático.
Mas, afinal, o que são buracos negros?
Na Divina
Comédia, de Dante Alighieri, encontramos a frase que, na literatura, melhor
captura a essência dos buracos negros, escria nas portas do Inferno: “Abandonai
toda a esperança, ó vós que entrais!”. Um buraco negro é como uma armadilha de
pura gravitação que impede todo corpo, raio de luz ou sinal clássico de escapar
de seu interior. A fronteira que delimita o buraco negro é denominada horizonte
de eventos.” (CASTIÑEIRAS, CRISPINO E MATSAS, 2004, p.51)
[11] O Evitamento do
Vazio: Crença ou Tautologia. In: DIDI-HUBERMAN,
G. O que vemos, o que nos olha.
Trad: Paulo Neves. São Paulo: Editora 34, 1998.