Rodrigo Conçole
Lage
(UNIFSJ)
Resumo:
Este artigo pretende examinar a relação entre a vida e a obra do escritor V. S.
Naipaul. Examinando como sua vida é afetada pelo fato de ter nascido em uma
sociedade poscolonial, e as marcas que a herança colonial deixou, podemos
analisar como isso reflete em sua obra. Apresentamos também uma ampla
bibliografia de suas traduções e de sua fortuna crítica em português.
Palavras-chave:
V. S. Naipaul, literatura poscolonial, mimetismo.
Os
estudos referentes à literatura poscolonial recebem cada vez mais destaque no meio
acadêmico brasileiro; autores estrangeiros têm sido muito estudados e aos
poucos a literatura brasileira começa a ser examinada dentro desta ótica, mas
ainda há muito a ser feito. Nós podemos dizer que “a literatura pós-colonial, provavelmente,
tem inicio após a segunda guerra mundial sendo definida por Elleke Boehmer
(1995) como “uma literatura que se identifica com o movimento de resistência
para transformação de sociedades que passaram pela experiência colonial”” (RAMOS,
2009, p.2). Deve-se salientar que existem diferentes definições do termo poscolonial.
Alguns entendem que o termo “não se refere a um fenômeno somente temporal, ao
período após a independência política de uma nação. Trata, porém, de modo mais
abrangente, do resultado do contato do confronto, que se deu a partir do
momento da colonização” (GONÇALVES, 1998.
p. 241).
Assim, ela será produzida por duas
categorias de escritores: os que imigraram das ex-colônias para as antigas metrópoles
e aqueles optaram por se manter em seu próprio país. Deve-se destacar que, literariamente
falando, suas obras diferem estilisticamente, e nos próprios temas, de modo que
se deve evitar aprisionar a literatura poscolonial em um estereótipo reducionista
(como vemos ocorrer, por exemplo, quando se fala do realismo mágico). Assim, cada
autor deve ser lido dentro de sua própria individualidade, e na forma como cada
um lida com essa herança colonial.
Nesse artigo examinaremos as relações entre
a vida e a obra de V.S. Naipaul com o objetivo de, observando alguns aspectos
importantes da sua formação, refletir sobre a herança colonial foi usada na
construção de sua literatura. Analisando como a relação colono X colonizador –
e a tentativa de transformar alguns colonos numa imitação dos colonizadores –
estão presentes em sua obra; como elas ainda marcam nossa sociedade e são elementos
importantes dentro da literatura poscolonial.
O autor e sua
obra
Vidiadhar Surajprasad Naipaul, mais
conhecido no Brasil como V.S. Naipaul, escritor agraciado com o prêmio Nobel de
literatura em 2001, nasceu na cidade de Chaguanas – Trinidad e Tobago – no dia
17 de agosto de 1932.
O seu avô,
originário de Uttar Pradesh, desembarcou em Trindade, por volta de 1882, como
trabalhador contratado. O pai de Vidiadhar, Seepersad Naipaul influenciou a
decisão do filho em tornar-se escritor e o ajudou a definir o seu estilo e os
seus temas. Seu pai, embora educado para se tornar um pundit (figura religiosa
indiana), foi colaborador freelancer no jornal Trinidad Guardian. Ele produziu
também alguns contos, dentre os quais se destaca “They named him Biswas”, que
inspirou o nome do protagonista de Uma Casa para o Sr. Biswas (BOLFARINE, 2010c,
p. 114).
Famílias de emigrantes tendem a perder,
ao longo das gerações, suas raízes
culturais (língua, religião e outros elementos). Com algumas exceções, a
substituição paulatina, em maior ou menor grau, da cultura do país de origem
pela do país em que passam a habita faz parte da vida dos imigrantes. Como
argumenta Bolfarine: “aos poucos, as tradições religiosas e os costumes sociais
vão sendo postos de lado à medida que novos vão sendo incorporados” (BOLFARINE,
2011, p. 12) e com a família de Naipaul não foi diferente, como veremos a
seguir. A questão da aculturação é um dos elementos comumente abordados na
literatura poscolonial, estando presente em sua obra. Vemos esse tema, por
exemplo, como um dos pontos centrais de Os
Mímicos, quando aborda a infância de Ralph Singh, na segunda parte da obra.
Este também será o tema principal do
romance Uma Casa para o Sr. Biswas.
Ali se discute, como um dos temas centrais, a tentativa de preservação da
cultura de origem e o fracasso dessa tentativa (BOLFARINE, 2010c, p. 115). É
preciso salientar o caráter autobiográfico
do livro, presente em toda sua obra, por ser um traço importante da literatura poscolonial.
Naipaul, “inspirado nas figuras familiares de sua infância, especialmente a do
pai, reconstrói um período de sua vida” (GAY, 2009, p. 105); reconstrói com o
objetivo de representar uma situação muito comum na vida dos imigrantes
oriundos das ex-colônias e nas sociedades pós-coloniais.
Uma das consequências do processo de
aculturação, dessa tentativa de transformar o colono numa imitação do
colonizador, é o problema do
desenraizamento (como no personagem central de Os Mímicos, por exemplo) gerado na vida dos que passaram pela
experiência colonial e abandonaram sua pátria. Romar Rudolfo Beling, ao estudar
o desenraizamento, e seus efeitos psicológicos no personagem Ralph Singh, adota a definição que Tzvetan
Todorov “atribui a este termo: de um indivíduo que, em virtude de sua
conturbada experiência pessoal, não consegue mais se sentir ligado a uma
determinada sociedade, e que nem sempre dá conta de solucionar esta angústia”
(BELING, 2005, p. 5). Esse é um tema importante da literatura pós-colonial,
presenta também na vida de muitas pessoas vindas das colônias, e por isso
fundamental para a análise dessas obras.
Ralph Singh
confirma, em mais de uma ocasião (inclusive em sua infância e adolescência), a
tomada de consciência quanto à sensação de deslocamento, ao desconforto e ao
estranhamento em relação à comunidade da qual faz parte. “Sentia apenas a
inutilidade, o absurdo de toda e qualquer tentativa de salvar aquelas pessoas,
já reduzidas à condição de corpos”, salienta (p.136), em seu olhar de
adolescente na ilha (BELING, 2005, p. 5).
Podemos então dizer que o uso de
elementos autobiográficos é um fato importante dentro da literatura
pós-colonial. Pode-se dizer que alguns autores sentem necessidade de trabalhar tais
relatos como matéria ficcional seja para um tipo de catarse dessas
experiências; seja como uma forma justificação, ou explicação, para sua crítica
à herança colonial; ou porque elas foram tão marcantes que o autor sente
necessidade de expressá-las.
Os elementos autobiográficos são
importantes em sua literatura, mas não se pode esquecer que sua obra é
literária, e que os elementos biográficos são trabalhados literariamente (se
confundindo com a ficção). Assim, seus livros não são, literariamente falando, relatos
autobiográficos, no sentido usual do termo, ou obras memorialísticas.
Trata-se então
de um livro que se baseia na realidade factual, mas enquanto ficção, é obra
imaginativa e, ainda conforme o autor, não contempla uma verdade literal, porém
é historicamente verdadeiro no que tange aos indivíduos em questão, isto é,
refere-se à família do autor, pai, mãe, irmãs e ele próprio” (GAY, 2009, p.
106).
Naipaul estudou em Trinidad, no Queen’s
Royal College. Sua educação foi o padrão de educação colonial para a criação de
uma classe dominante a serviço do colonizador.
[...] o facto
de, em Trinidade, Naipaul ter frequentado uma escola claramente moldada segundo
esses princípios orientadores, uma escola onde o ensino era em inglês e apenas
e exclusivamente sobre coisas inglesas. Os livros escolares vinham de
Inglaterra, como nos diz Naipaul, juntamente com o arenque fumado e as latas de
leite condensado, a Illustrated London News e os clássicos das edições Collins,
todos eles ícones de uma imagem de Inglaterra que a metrópole exportava para os
quatro cantos do Império. A sua experiência na escola ficou-lhe como “um
estudar colonial cego e obsessivo” (Naipaul, 1999: 14), a que Naipaul
obedientemente se submetia com o objectivo não só de passar nos exames, mas de
obter classificações que lhe dessem acesso a uma bolsa para estudar em
Inglaterra. Fugir à pequenez de Trinidade, ir para a grande metrópole,
tornar-se escritor, era já o sonho de Naipaul enquanto criança (MATOS, 2003, p.
178).
Analisando o tipo de educação recebida
por ele podemos compreender como o processo de colonização atuava. Havia o
objetivo de criar uma classe de colonos que, por meio da educação, pensava m e
agiam como os colonizadores, se vendo como pessoas distantes de seu próprio
povo (ao qual muitas vezes passavam a desprezar devido ao “atraso” em que se
encontravam). Com isso, atuavam como
dominadores de seu próprio povo, a serviço do colonizador. Portanto, a língua e
os costumes não podem ser vistos apenas como um instrumento civilizador. Eles
são importantes instrumentos de dominação do colonizador (BOLFARINE, 2011, p.
84). Contudo, ao mesmo tempo, criam uma espécie de abismo entre a realidade do
colonizado e a cultura adquirida do colonizador (BOLFARINE, 2011, p. 86).
Esse abismo pode produzir um efeito contrário
ao que foi pretendido e, observando a literatura de Naipaul, podemos dizer que
ele reflete esse fato: o conhecimento adquirido foi usado como ferramenta para denunciar
e criticar essa herança colonial e seus efeitos na vida dos, agora, ex-colonos.
Esse resultado, contrário aos objetivos,
é algo a que o colonizador está sempre sujeito. Afinal, a educação também
é um instrumento de libertação – como Paulo Freire sempre defendeu em sua obra
–, o que não significa a exclusão de toda influência.
Apesar disso, Naipaul “é famoso nos
círculos intelectuais por supostamente “virar as costas para seu povo de
origem”, ao declarar que se vê como escritor inglês e por apoiar políticas
anti-imigração na Europa” (Aurélio, 2010). Assim, é preciso se conscientizar de
que, por mais que se liberte, permanece certa influência da educação recebida
(o que pode levar a atitudes contraditórias), e Naipaul não é uma exceção:
O que Naipaul
aprendeu em Trinidade deveria ser, segundo o ponto de vista de Macaulay, apenas
o suficiente para o tornar útil como súbdito do Império Britânico. Isto é, os
habitantes do Império eram educados para serem “bons súbditos coloniais”. E não
há dúvida de que, em muitos aspectos, Naipaul aprendeu bem a lição. Quantas
vezes encontramos, na sua obra, referências à “segurança” do mundo colonial, um
“mundo fixo” (Naipaul, 1998: 207) e estável, constituído pelo colonizador e
pelo colonizado, cada um possuindo aparentemente uma identidade imutável e
inquestionável, cada um com o seu devido lugar no conjunto? Muitas vezes; há
quem diga que vezes de mais (MATOS, 2003, p. 179).
Além disso, as questões referentes à
educação colonial e seus efeitos na formação do
indivíduo foram transformadas, por ele, em um tema literário e adquiriram
um papel importante em sua obra.
Outro aspecto a ser destacado, como
consequência da educação recebida e do fato do Caribe ter sido colonizado, é o
das influências literárias de Naipaul. Assim como da literatura portuguesa, e
da tradição literária ocidental recebida por meio dela, nasce uma
literatura brasileira, a inglesa teve uma papel semelhante na caribenha
e isso inclui a de Naipaul (BOLFARINE, 2011, p. 29).
A presença da cultura caribenha em sua
obra é outro elemento que merece destaque. Mesmo com a forte presença de
elementos culturais indianos (provenientes do país de origem de sua família) e
da cultura inglesa (advindas da educação colonial) existe a presença de
elementos de uma terceira cultura, a cultura caribenha (provindas do país em
que nasceu). Um exemplo é a forte presença do Calipso (um gênero musical
caribenho) na obra Miguel Street e como ele foi utilizado tanto como um recurso
literário como um instrumento de crítica a algumas características do
colonialismo (BOLFARINE, 2010b).
Ele obteve a bolsa e, em 1950, vai para a universidade
de Oxford, se radicando em Londres após se formar. Em Londres Naipaul iniciar
sua carreira literária, e em 1961 publica Uma
Casa para o Sr. Biswas. Apesar de viver na Inglaterra, e se ver como um
escritor inglês, ele é um escritor caribenho e deve ser olhado dentro do cânone
da literatura caribenha. Mariana Bolfarine, ao estudar essa questão, afirma:
[...] V.S.
Naipaul está inserido em um momento muito específico no contexto literário do
Caribe, o período de 1950 a 1965, referido como o ‘boom’ da literatura
caribenha. Este ocorreu em função da emigração de um número significativo de
escritores para Londres, que se tornou a capital literária do Caribe. Vidia,
como é também conhecido, pertenceu a uma geração de escritores indianos
expatriados que eram porta voz para um público, dentre o qual poucos eram seus
compatriotas. Grande parte das obras produzidas entre 1948 e 1958 formou o
“Cânone Literário do Caribe” (DONELL, 1996) do qual, além de V. S. Naipaul,
fazem parte escritores como George Lamming, Wilson Harris, Derek Walcott, entre
outros. O fenômeno da emigração da colônia para a metrópole não é exclusivo do
Caribe, porém é importante notar um contexto histórico com causas econômicas e
políticas específicas, pois grande parte de emigrados do caribe britânico e
outros locais do antigo império eram recrutados para Grã-Bretanha a fim de
fornecer mão de obra para as indústrias, após a Segunda Guerra Mundial.
(DONELL, 1996). (BOLFARINE, 2010c, p. 114).
Assim, um escritor precisa abandonar seu
país e obter sucesso na metrópole para, de certo modo, legitimar sua carreira
de escritor e, consequentemente, legitimar o valor literário de sua obra. Consequentemente,
a literatura colonial é vista como um apêndice da literatura metropolitana. O
Brasil é um exemplo desse fato pelo fato de sua literatura ser vista como um
apêndice da portuguesa (FELINTO, 1995).
Do ponto de vista temático, ao observar
diferentes aspectos de sua obra vemos não só elementos, que poderíamos chamar
de “sérios”, mas também o humor, como uma presença importante em sua obra. Fato
assinalado por Eunice Terezinha Piazza Gay, no artigo “A linguagem do humor e a produção de sentido no romance Uma casa para o
Sr. Biswas, de Naipaul”, e por Nair María Anaya Ferreira, no artigo “El sentido del humor en las três primeras
novelas de V. S. Naipaul”.
Mas, não só nos temas estão presentes
questões referentes ao poscolonialismo. A própria forma de narrar esta inserida
nesse contexto. Bolfarine, em sua dissertação diz que “segundo Robert Fraser, o
narrador onisciente, que ele chama do “the
third person singular”, que narra na terceira pessoa do singular, é uma
característica de romances escritos durante o processo da poscolonialidade”
(BOLFARINE, 2011, p. 51)
Todos os elementos, anteriormente
citados, são importantes e recorrentes em sua obra. Mas, um exame mais
detalhado de seus livros permite o estudo de outras questões como, por exemplo,
a metaficção (BOLFARINE, 2011), o espaço (GONÇALVES, 1998; BOLFARINE, 2011), questões
de gênero (AGUIAR, 2011). Tais questões não serão aqui examinadas por fugirem,
em maior ou menor grau, do assunto e ultrapassarem os limites de um artigo. Contudo,
são importantes para uma melhor compreensão de sua obra.
Voltando a sua biografia vemos que Naipaul
foi nomeado, em 1990, cavaleiro da rainha Elizabeth. É outro fato que merece
destaque ao permitir uma analise da mentalidade da monarquia inglesa a partir
da ótica poscolonial. Podemos ver esse ato pela mesma ótica que determinou o
processo de educação, durante o período colonial, apesar do fim deste período.
Em 1996 casa-se com a inglesa Patricia
Hale, que faleceu em 1996 devido a um câncer. Dois meses depois ele se casa com
uma jornalista paquistanesa, Nadira Khannum Alvi, com quem vive até hoje.
Apesar da vida conjugal de Naipaul abrir espaço para a análise de algumas
questões importantes referentes às relações de gênero, e como elas se
apresentam em sua obra, isso fugiria ao nosso tema. Portanto, não abordaremos a
questão nesse artigo, ficando em aberto para posteriores estudos.
No que se refere às premiações vemos que
recebeu o prêmio Booker Prize em 1971; o David Cohen de literatura, em 1993; e,
em 2001, o Nobel de Literatura. O Nobel pode ser visto não só como o
reconhecimento do valor literário de sua obra, mas também o da forma como trabalha a questão da herança
colonial: “V.S. Naipaul mistura “narração e observação incorruptíveis em suas
obras, que fazem ver a presença da história suprimida”, segundo a Academia
Sueca” (SOARES, 2001).
Todavia, tal fato não significa que sua
obra não esteja livre de críticas ou que todos a vejam dessa forma:
Pelo fato de sua
obra ser considerada satírica, pungente e controversa ele foi acusado diversas
vezes de impor valores pós-coloniais às sociedades de terceiro mundo. O
escritor já incitou à ira do Caribe e de leitores que vêem a sua obra como
distorções das sociedades de terceiro mundo. Alguns críticos, como Edward Said
e Derek Walcott, afirmam que a visão de Naipaul raramente vai além de um diagnóstico
paralisado de defeitos já conhecidos da vida moral, social e política dos
países que ele visita. (BONFARINE, 2011, p. 10)
Tais críticas devem ser examinadas não
só a luz da própria trajetória literária de Naipaul, mas também dentro da de
seus críticos. Não se pode, por exemplo, olhar a crítica de Said sem encaixá-la
dentro de suas reflexões sobre as relações entre Ocidente e Oriente.
Sua obra consta de algumas dezenas de
livros, com um grande número de traduções para o português (vide bibliografia),
se comparado a outros ganhadores do prêmio Nobel de Literatura[1][1] (como Claude Simon, Patrick White ou Jacinto
Benavente, por exemplo). Sua obra é composta de livros de ficção, de viagem,
ensaios, o volume de cartas Between
Father and Son: Family Letters e o volume autobiográfico Reading & Writing: A Personal Accoun.
Se seus romances tem grande receptividade, por outro lado, seus livros de
viagem geram muitas críticas pelos temas controversos que aborda (BOLFARINE,
2011, p. 14).
Dentre estes livros destaca-se a obra Os Mímicos. Sua importância deriva não
só de suas qualidades literárias, ou por reunir uma série de elementos
recorrentes em toda sua obra, mas também pela importante contribuição dada aos
estudos pós-coloniais. Ela forneceu
“[...] à crítica dos Estudos Pós-Coloniais o termo “mimetismo” para
designar essa “imitação imperfeita” que o colonizador exige do súbdito
colonial...” (MATOS, 2003, p. 179).
Conclusão
Lançando um olhar sobre a biografia de
Naipaul nós podemos não só conhecer melhor sua obra, vendo nela os reflexos de
sua vida, mas entender melhor como o sistema colonial funcionou e os efeitos
até hoje presentes. As questões aqui apresentadas, e as referencias aos estudos
sobre a literatura poscolonial, devem ser vistas como uma introdução para os
que se interessarem sobre a vida e obra de Naipaul e a literatura poscolonial.
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[[1]] É preciso também
salientar que a fortuna crítica de Naipaul, em português, é quantitativamente
superior a de muitos ganhadores do prêmio Nobel de Literatura (e mesmo de
outros importantes escritores contemporâneos). A dissertação de Mariana
Bolfarine, Espaço e metaficção em A house
for Mr. Biswas (2011, p. 15-16), apresenta uma pequena fortuna crítica dos
textos publicados no Brasil que, em parte, é complementada com a bibliografia
deste artigo.