Francisca de Lourdes Souza Louro
Doutora em Crítica Literária
Universidade de Coimbra
SOMENTE SOU
QUANDO EM VERSO
1- Minhas
faces mais diversas
2- são
labirintos antigos
3- que
me confundem e perdem.
4- Meu pensamento perfura
5-
muros de nada, à procura
6-
do que não fui nem serei.
7-
Ante a carne fêmea e branca
8-
meu corpo se recompõe
9-
ofertando o que não sou.
10-
Meu caminhar e meus gestos
11-
mal e apenas anunciam
12-
minha ainda permanência.
13-
Para chegar até onde
14-
não me presumo, mas sou,
15-
sigo em forma de palavra.
Resumo.
A crítica literária é
uma prática singular da leitura que inclui sempre uma concepção, mesmo que
inconsciente ou implícita, do que se chama a literatura. Assim, saber o que é e
o que vale um texto nunca é um dado, e sim decorre de uma atividade complexa e
necessariamente situada. ROGER (2002, p.07)
Em toda poesia,
percebe-se uma estrutura e que se pode ler em “enes” modelos, escolheu-se este
para oportunizar ao leitor mais uma opção. Na classificação que se propõe,
visa-se tão somente o aspecto didático, sem pretensão alguma de firmar
doutrina. Cabe ressaltar que, uma peça literária, pode apresentar
características heterogêneas, identificadoras dos diversos gêneros e espécies
empregados mutuamente.
Palavras-chave: Literatura, poesia,
palavra, metapoesia, faces,
Observe
que a poesia tem uma feição em seus elementos constitutivos.
1)
Plano de expressão e conteúdo.
a) O texto poético de Thiago de Mello
apresenta uma composição de forma fixa na estrutura dos versos:
As
cinco estrofes têm forma fixa/ uniforme e, a esse aspecto, pode-se chamar de
isostrófica, por ter três versos- tercetos ou tríticos em cada estrofe. Este é
um tipo especial de poema em terza rima.
Versificação
de caráter heterométrica, pois apresentam diferentes metros: 6, 9, 14 em sua
metrificação / escansão diferenciadas, com seis sílabas (hexassílabo ou heroico
quebrado). Nos demais versos são todos de sete sílabas / heptassílabos
(redondilha maior), que dão melodia ao texto.
b) As rimas finais são brancas e soltas,
são rimas chamadas imperfeitas.
No entanto, no interior do poema, há
presença de fonemas sonoros /m /, / n /; linguodental, / f /, / d /; e bilabial
/ b /. Nos versos 5, 7, 14, 15 pode-se destacar a presença dos sons
consonantais duplos e vibrantes das palavras com = / PR /, / VR /. As
assonâncias são presentes nas vogais / a /, e /, /o / que dão leveza e clareza
ao texto.
c-
Quanto ao vocabulário:
A presença do verbo “ser” nas
conjugações pretérito perfeito “fui”, futuro do presente, “serei”; e no
presente do indicativo “sou”. É característica deste verbo a oscilação entre o sujeito e o predicativo do sujeito, porém, o tempo da narrativa
é dado à preferência ao pretérito, mas todos os verbos estão bem
situados no tempo narrativo. No tempo
linguístico, o presente é o momento da fala, e este é seu eixo central. O
passado e o futuro estão situados em pontos de vista para trás e para frente,
respectivamente, a partir do referencial presente do discurso do eu lírico. A
ordenação dos acontecimentos se dá, então, pelo meio da própria linguagem com a
utilização do advérbio temporal “quando”, no corpo do nome da poesia.
Destaca-se
o uso abusivo dos Advérbios: até, ainda, mal, apenas, onde, nem, somente,
quando, e a locução adverbial à procura de. Os advérbios têm caráter de
palavras invariáveis e deve-se considerar a ideia que nele se encerra. Pode-se
perceber que os mesmos podem funcionar adjetivamente, substantivamente, podendo
ser advérbio relativo em alguns aspectos das ideias que o autor possa
apresentar.
c) O nível sintático do texto está
configurado na ordem direta. O= Sujeito + Predicado Verbal + Objeto Direto.
Uso de orações Subordinadas pela
presença da conjunção “que” carregada de sentido consequente.
d) Ausência de Material sinestésico no
texto. A sinestesia encontra-se numa mistura de sentidos numa mesma expressão
de sensações percebidas. Neste poema não se percebe esse aspecto.
2)
Plano de Conteúdo
a) O texto inicia com os três primeiros
versos apresentando as palavras: diversos, labirintos, confundem que
explicar-se-á pelo dicionário.
Diversos= pronome indefinido plural que
pode significar “muitos”. No entanto, neste poema a palavra tem valor de
adjetivo = “diferente”, “variado”. O que oferece vários aspectos de sentidos.
“Confundem”= verbo regular, transitivo; que
pode significar: Misturar, emaranhar
várias coisas, não distinguir; tomar uma pessoa ou uma coisa por outra:
confundir o verdadeiro com o falso.
“Labirinto”
= Pode-se dizer que o labirinto conduz o homem ao interior de si mesmo, a uma
espécie de santuário interior escondido no qual reside o mais misterioso das
pessoas humanas. Em sentido figurado: coisa
complicada confusa, de difícil solução.
3) Camada textual
c) conceitual – por fazer referência aos
problemas universais de todo poeta. A angústia de ser lido, perenizado através
do texto.
4)
Núcleo temático
b) circunstancial – o sujeito discute o
fazer poético.
5)
Eixo estrutural
a) da razão
6)
leitura em função do estilo de época (moderna)
Thiago de Mello dá característica moderna a
sua poesia e como ele mesmo diz: “O meu livro no ingresso do reino das letras
significou muito para mim, com ressonância dos desvãos mais íntimos do meu ser,
a expressão de um compromisso de fidelidade”.
Tal
depoimento revela algumas das bases criativas do autor. Primeiro, estamos
diante de um poeta que vê a poesia como algo visceralmente relacionado ao
emissor, não a um sujeito unívoco, porque o autor se reconhece múltiplo: homem
e poeta. Ao contrário do que papagueiam
os pingentes da rarefação vanguardista, o eu poético não é, para ele, uma
ficção linguística. Segundo, a sua poesia tem um compromisso com os leitores,
sendo uma forma de comunhão com eles. E, terceiro, ela circula dentro de um
conceito de afetividade, próprio do homem amazônico.
O poeta pode ser
definido como antiquado, realmente o seu verso não busca o novo, já que esta é
uma estrutura antiga (estrutura de soneto), porém, pelo fato de revelar uma
penetração em nossa realidade e num dado horizonte de recepção que não é tão
comum, inovador, pode-se dizer que os versos têm beleza estética por dialogar
em si mesmo.
Atinge a meta a que se
propõe, consagra-se pelas palavras ao discutir o fazer poético em sua poesia,
esta é a metapoesia. É um poeta à
moda antiga, em que a formação intelectual só tinha sentido quando em contato
direto com o mundo. Esta tradição se perdeu com a excessiva intelectualização
do produtor contemporâneo, que se quer circulando apenas dentro de uma tradição
cultural cosmopolita, ou seja, importada dos centros de prestígio.
Penso, realmente, na ideia
de conversa, ou seja, numa literatura sem pretensão de criar um fechamento de
linguagem, impossibilitando o trânsito por ela. De um modo geral, o livro é
composto por crônicas poéticas. Em muitos momentos, não nos sentimos diante de
um objeto artístico, mas sim numa roda de amigos, ouvindo a voz do poeta. E
esta espontaneidade é buscada com rigor no
“Trabalho
com as palavras
como o carpinteiro, o
ourives,
com a madeira e o metal”.
7) Diálogo com o texto (esta é uma interpretação em função de outros tópicos
analisados com a intervenção do universo cultural do leitor).
Zemaria Pinto na obra “O
texto nu” aponta para as questões pertinentes sobre o leitor que deve
ter dois comportamentos básicos: o de
amador, que lê unicamente por prazer, sem nenhuma obrigação, e que pode,
quando a leitura não lhe é agradável, abandonar o livro a qualquer momento; o profissional, aquele que lê por
obrigação e que deve refletir sobre o que lê. Este leitor deve municiar-se de
informação técnica suficiente para galgar os degraus da pirâmide da leitura. O
leitor lê a obra literária, não se importando com as intenções do autor.
Umberto Eco em Seis passeios pelo bosque da ficção traz
à tona o conceito de Autor-modelo e Leitor-modelo. O primeiro é aquele que,
hipoteticamente, entende todas as razões e porquês dos elementos escritos no
texto, ou seja, tem um domínio sobre sua própria obra. Representa um possível
modelo de autor que constrói propositalmente cada detalhe do texto, seus
conteúdos e lacunas. Já o Leitor-modelo é aquele que, também hipoteticamente,
compreende toda a complexidade da obra, ou seja, entende todos os esquemas
propostos pelo autor.
O poema em toda sua
estrutura remete-se a própria construção poética: a gênese da criação. É nesse
sentido que se entende o ofício de escrever como um ofício de viver. O poeta tem o cuidado de datar e o localizar para que o leitor tenha ideia do
momento e do lugar onde se deu a inspiração poética, como forma de valorizar a experiência, como no texto em que o mesmo conta e canta a idade, o
dia do aniversário de trinta anos. Escreve, a partir do exercício pleno do
agora, sem se acovardar diante do futuro, do fim iminente ou dos problemas.
Poesia é um fascínio diante da experiência, diante do universo, dos amigos, da
sociedade, da palavra.
Quando o autor diz: Minhas faces mais diversas- não está falando
da face do homem que designa seu rosto, sobre o qual se inscrevem seus
pensamentos e sentimentos, pois a face é o símbolo do próprio ser de Deus ou de
uma pessoa humana da qual ela é a manifestação. Por isso, infere-se que o
verso: Minhas faces mais diversas
está entremeado de sentido, de relação com o próprio texto na construção da poesia.
Quem poderá ter essas faces? Face poética? Face palavra? A enunciação pode assumir a
responsabilidade pelos enunciados sem dizer eu, em se tratando de uma totalidade de discursos. Mas, sabe-se que
a enunciação se referencializa nos
enunciados, por meio de avaliações e interpretações implícitas, de um narrador
implícito a essa totalidade. Implicitamente, a enunciação chama para si a
responsabilidade do que é dito na totalidade.
O mesmo ocorrerá com a
palavra carne quando se percebe a
interioridade crescente. O homem (o eu lírico) encontra-se dilacerado pela
dupla tendência que o anima: de um lado, o desejo sincero de acertar, e de
outro, uma vontade ineficaz. A carne branca poderá ser a folha ainda em branco que em breve, nela se revestirá o corpo do poema, as palavras que
se deitarão no/e para sempre e no eterno do tempo que o compõe. Acreditamos que
esse efeito emerge de uma norma, determinada por recorrências de procedimentos
na construção do sentido, desde os níveis mais profundos até os mais superficiais do percurso gerativo
de sentido. A carne mostra, também, os desígnios, o princípio mais profundo da
pessoa humana, a sede do coração, entendido no sentido de princípio e de ação.
A carne arrasta para baixo e disso
resulta a necessidade constante de lutar contra as desordens que ela não cessa
de produzir ( sentimento). Partimos do
princípio de que estilo é efeito de sentido e, portanto, uma construção do
discurso.
O passado não vive
senão na lembrança, e, lembranças, por si mesmas, criam em torno dos
caracteres, dos acontecimentos e das ações uma atmosfera de generalidade que
não deixa transparecer as particularidades externas acidentais. Daí a
recorrência do passado no texto de Mello. Vê-se, por isso, a questão da
referência do labirinto que tem origem
na antiguidade, na figura mitológica que deu origem e significado: O Minotauro
(touro de Minos) uma figura mitológica
criada na Grécia Antiga. Com cabeça e cauda de touro num corpo de homem, este
personagem povoou o imaginário dos gregos, levando medo e terror. De acordo com
o mito, a criatura habitava um labirinto na Ilha de Creta que era governada
pelo rei Minos.
O mito do Minotauro foi
um dos mais contados na época da Grécia Antiga. Passou de geração em geração,
principalmente de forma oral. Pais contavam para os filhos, filhos para os
netos e assim por diante. Era uma maneira dos gregos ensinarem o que poderia
acontecer àqueles que desrespeitassem ou tentassem enganar os deuses. O labirinto
é o entrecruzamento dos caminhos narrativos pelos quais o narrador não encontra
saída e constituem-se em impasses: a essência do labirinto no texto é
circunscrever no mesmo espaço possível, o mais complexo emaranhamento de
veredas, retardar a chegada do viajante (leitor) ao centro do que deseja
atingir. O labirinto anuncia a presença de alguma coisa preciosa ou sagrada, na
poesia isso se dá quando o leitor consegue deslumbrar a preciosidade anunciada
pelas palavras.
Labirintos,
é a figura de mediação própria ao discurso mítico - entre ser e a existência – torna-se uma
paixão no contexto cultural em que a mediação verifica-se problemática, pois o
numero de diversidade potencial das
manifestações da palavra que se faz poesia. O labirinto oferta possibilidades interpretativas, e
admite-se como princípio de coerência já que a poesia não se doa com aparente
facilidade ao leitor, a menos que encontremos o seu segredo, reconheçamos as
encruzilhadas e tenhamos o fio que nos conduzirá por seus trajetos. Ao usar a
metáfora do labirinto no texto, o estudo, claro, sobre o hipertexto tem como
objetivo desvendar os segredos, percorrer os trajetos, marcar encruzilhadas e
confluências de uma linguagem nascente, aquela usada na comunicação, através da
poesia que tem como fio condutor uma reflexão que nos permita encontrar saídas
sem que nos percamos em críticas estabelecidas a priori ou em deslumbramentos
equivocados, mapeando as possibilidades e limitações que o conhecimento
oferece. A arte pode, pois, ser apreendida sob o ângulo de uma dupla história
como se pode ver.
Vejamos
nestas duas estrofes o referencial de possibilidades que os versos nos ofertam.
Nestes versos: 10-meu caminhar
e meus gestos/11- mal e apenas anunciam /12- minha ainda permanência/13- Para
chegar até onde/14- não me presumo, mas sou,/ 15- sigo em forma de palavra/.
Sabe-se que a poesia
não tem nacionalidade, chega a todos os horizontes de todos os leitores, sem a
barreira da identidade, seja aqui ou acolá, a magia do texto é um estado de
genialidade absoluta e que se quer dominar o mundo físico do texto como veremos
nos versos escolhidos abaixo.
A imaginação revela-se
assim como um movimento que perpassa o universo neste ato de: Meu caminhar e meus gestos, mostra a
habilidade do autor em apresentar a subjetividade que o verbo caminhar exorta
no verso: andar nas bocas e na memória de cada possível leitor. É a ambiguidade
humana que aflora nos seus versos. Os gestos
são a subjetividade, isto é, do fato de que esse lampejo de luz poética,
esse fenômeno, só tem existência para o sujeito que o percebeu e que fez dele,
por um instante, o objeto exclusivo de sua consciência, sem isso o texto teria
naufragado em sim mesmo. A prerrogativa fabuladora da imaginação dota o
espírito de um caráter sugestivo e fantasioso que atribui ao texto a ilusão de
existência, de perenidade. É o que Sartre alude: “A transição de uma ideia ou
de uma imagem” em se percebe uma continuidade da vida pelo ato de caminhar. As
imagens servem de âncora, como elemento catalizador da construção do
pensamento, por um lado ele persevera no registro associacionista, por outro
opera a metamorfose da consciência num conjunto de objetos (palavras), postulando-se
como âncora, como elementos catalizadores da construção do pensamento.
Sigo
em forma de palavra, o que se comunica não é um conteúdo espiritual, são as condições de possibilidade de
toda a comunicação, o que se faz o ser, o meandro, ver o mundo de maneira
diferente. Sigo em forma de palavra
está toda a verdade da arte, pura e simples na sua exatidão a que se limita
chamar de imitação da natureza, a natureza poética que nada mais são que palavras
na forma formam de discursos, e discursos caracterizam as pessoas, no caso do
poeta é difícil reconhecê-lo como único, devido as suas múltiplas faces – (1º
verso, entretanto, conhecendo bem o Thiago de Mello, homem que escreve fácil o difícil, e dificulta o que
seria fácil). A poesia imita a si mesma com versos poéticos, torna-se
verdadeiramente filosófica numa condição de possibilidade de revelação do
interior para o exterior remetendo-nos a sua interioridade subjetiva.
Minha
ainda permanência é a própria poesia que dialoga com o “eu profundo” o “si
mesmo”, a “metapoesia”. Pode ser referência também ao fato de ele ainda
continuar escrevendo, teve uma época em que ele disse que não escreveria mais,
mas a poesia não quis deixá-lo, quem sabe aqui não está o título do poema.
Thiago de Melo sempre buscou retratar o homem, e a imagem desse homem talvez
seja ele mesmo, afinal o poema é de memória. É o
poético que dialoga consigo mesmo e afirma-se como modelo de poesia filosófica.
Colocar em evidência o estilo de Mello, por intermédio de metáforas, permite
compreender o texto como universo simbólico.
13-
Para chegar até onde / 14- não me presumo, mas sou, /15- sigo em forma de
palavra.
Os três versos exposto
nos referenda o trabalho poético que tem por objeto a palavra que não se
presume, mas é, é a imaginação no seu mais alto grau poético, dizer sobre a
palavra com palavras. O espantado leitor, atento e inquieto percebe de imediato que as obras literárias
exigem um olhar sobre a interioridade humana – ou que simplesmente o autor exercitou o ato criador por intermédio da
linguagem. Assim, o espanto e a inquietação, a partir dos quais se engendra o
olhar poético, logo perceberá que, o filosófico, não pode estar divorciado de
uma apreensão habitual do mundo, presentificam-se, também, na gênese da obra
literária.
O regime da ação
baseia-se na transformação contínua da
conjuntura que faz uma ação ligar duas situações, a situação inicial e a
situação final, como se percebe na estrofe final com o último verso: sigo em
forma de palavra. Daí provém o alargamento da percepção que consiste, efetivamente, numa
incrementação do poder criador da
imaginação, o qual nos leva a uma dimensão sobre-humana, formando imagens que
ultrapassam aquilo que nos habituamos a designar como real, embora sabendo que,
a palavra, alarga nossa percepção estimulada pela emoção criadora, e nos insere no irreal, que é o mundo
proposto pelo autor.
ROGER (2002. p,60) assevera que o estilo para o escritor, assim como a cor é para o pintor, não é uma
questão de técnica, mas de visão. Ele é a revelação, impossível por meios
diretos e conscientes, da diferença qualitativa que, se não existisse arte, continuaria
sendo o eterno segredo de cada um.
Espero que o modo de
abordar o problema não seja arbitrário. Nem todas as facetas podem ser vistas
sob o mesmo ângulo. Cada Análise, cada Crítica tenta retratar ou a ausência, ou
a característica individual sem deformar a perspectiva poética do texto. Porém,
o que importa é a fertilidade desta perspectiva, ainda que seja precária como
são hoje todas as perspectivas. Com este poema não se tentou apresentar uma
teoria, mas sim uma série de hipóteses que, como todas as analogias entre as
diversas artes, devem ser encaradas com certas reservas. Muito menos foi
tentado apresentar um quadro completo das novas invocações. A tarefa da Crítica
consiste menos em discernir o que faz a obra do que em identificar-se com ela.
Encontrar maneiras de sentir e pensar é ver como elas nascem e morrem se é que morrem
algum dia.
BIBLIOGRAFIA.
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Rio de Janeiro. 1990.
ECO, Humberto. Seis passeios pelo bosque da ficção. Trad. Hildegard Feist. São
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LODGE, David. A arte da ficção. Trad. Guilherme da Silva Braga. Porto Alegre, RS:
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PAIVA, Rita. Subjetividade e imagem. A literatura como horizonte da filosofia em
Henri Bergson. São Paulo: Associação Editorial Humanitas, Fapesp, 2005.
PINTO, Zemaria. O texto nu; Teoria da literatura: Gênese, conceitos, aplicação.
Valer Editora. Manaus, 2009.
ROGER, Jerôme. A Critica literária. Trad. Rejane Janowitzer. Rio de Janeiro:
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TAVARES, Hênio Último da Cunha. Teoria literária. Villa Rica Editoras
Reunidas
Limitada. Rio de Janeiro, 1996.
TEXTO/CONTEXTO I. Anatol Rosenfeld. São Paulo: Perspectiva,
2006.( Debates; dirigida por J. Guinsburg)