Fabrina de Oliveira Souza
Graduada em
Letras habilitação Português/Inglês
Wellington Neves Vieira
Mestre
em Crítica Cultural. Professor titular da Faculdade Sete de
Setembro-Fasete, em Paulo Afonso-BA e do Centro Universitário do Vale do São
Francisco-CESVASF, em Belém do SãoFrancisco-PE.
RESUMO
O
objetivo do presente trabalho é analisar o processo de transformação da
identidade cultural da personagem Jadine Childs. Além disso, utilizar como
análise a obra Pérola Negra da escritora Afro-Americana Toni Morrison. A
metodologia utilizada para desenvolver o trabalho foi através de estudos
bibliográficos de grandes autores como Woodward (2009),Silva (2009),Hall
(2006), Giraudo (1997) e também de artigos publicados na internet. Os
resultados mostram que a personagem Jadine Childs, uma negra que ascende
socialmente e se integra com os brancos, passa por um processo de transformação
identitária cultural e abandono de suas raízes. No primeiro tópico abordaremos
sobre a vida e obra da escritora Afro-Americana Toni Morrison, sua luta pelos
seus valores e sua contribuição para a Literatura Afro- Americana e no segundo
tópico; investigamos o conceito de Identidade e Metamorfose identitária que
nesta pesquisa é representada sobre a personagem feminina Jadine Childs; e no
terceiro tópico fazemos uma leitura da obra sobre a questão da transformação
identitária cultural da personagem Jadine
Childs, a partir da sua busca do auto-amor e da auto-afirmação. Apesar dos seus
encontros com mulheres com valores culturais negros, a realização do auto-amor
da personagem se constrói em relação aos valores culturais distintos.
PALAVRAS CHAVES: Literatura (Afro-americana), Jadine Childs,
Toni Morrison.
ABSTRACT
The purpose of this study is to analyze the
process of transformation of the cultural identity of the character
Jadine Childs. In addition, use as Black Pearl work
analysis of African-American writer Toni Morrison. The
methodology used to develop the work was through bibliographic studies of great
authors like Woodward (2009), Silva (2009), Hall (2006), Giraudo (1997) and
also of articles published on the internet. The results
show that the character Jadine Childs, a black woman who is socially and
integrates with the whites, goes through a process of identity transformation and
cultural abandonment of its roots. In the first chapter
we will discuss about the life and work of African-American writer Toni
Morrison, his fight for their values and their contribution
to African-American Literature. in the second chapter we
will discuss about the concept of identity and Metamorphosis of
identity represented on the female character Jadine Childs ; and in
the third chapter we take reading of the work will
address the question of cultural identity transformation of character Jadine
Childs, from its pursuit of self-love and self-affirmation.
Despite his encounters with women with black cultural
values, the self-love of character is built in
relation to cultural values.
KEYWORDS: Literature
(African-American), Jadine Childs, Toni Morrison
INTRODUÇÃO
O
objetivo do presente trabalho é analisar o processo de transformação da
identidade cultural da personagem Jadine Childs. Além disso, utilizar como
análise a obra Pérola Negra da escritora Afro-Americana Toni Morrison. A
metodologia utilizada para desenvolver o trabalho foi através de estudos
bibliográficos de grandes autores comoWoodward (2009),Silva (2009), Hall
(2006), Giraudo (1997) e também
de artigos publicados na internet. Os resultados mostram que a personagem
Jadine Childs, uma negra que ascende socialmente e se integra com os brancos,
passa por um processo de transformação identitária cultural e abandono de suas
raízes.A título de melhor compreensão do tema em questão, esse trabalho foi dividido em três tópicos.
No
primeiro trataremos da biografia da escritora Afro-Americana Toni Morrison,
analisando um pouco de sua trajetória de vida, conhecendo suas obras, como também
o seu estilo, ou seja, sua estética, seu comportamento enquanto escritora,
confrontando suas experiências de vida com suas obras literárias.
No segundo, abordaremos o conceituando de Identidade Cultural, tem como fundo teórico a posição alguns autores,
como, Silva (2009) Identidade e
diferença: a perspectiva dos estudos culturais, Hall (2006) em Identidades culturais na pós-modernidade,
Woodward (2009) Identidade e Diferença: uma introdução teórica e conceitual, e
artigos publicados na internet por outros pesquisadores e na própria obra
literária de Toni Morrison.
No terceiro e último tópico, analisaremos a obra
Pérola Negra, seu enredo, onde o romance é todo ambientado fora dos Estados
Unidos, com o intuito de compreender, como a personagem principal Jadine Childs
do romance, passa por momentos de Metamorfose identitária, ou seja, esse momento
de transformação e sofre uma crise de Identidade cultural, no qual estar
inserida. Ao contrário de todos os demais romances de Morrison, ambientados em
comunidades negras isoladas, insulares.
1. Toni Morrison Vida e Obra
Toni Morrison que nasceu em 1931 em
Lorain - Ohio, Estados Unidos. Filha de operários era a única criança negra na
sala de aula do curso primário. Em 1970 publicou seu primeiro livro, The Bluest
Eye. Lecionou literatura negra e técnicas de ficção em Yale e no Bard College,
mas, seu principal interesse atual seja escrever. Com o seu livro Song of
Solomon, pubicado em 1977, despertou na crítica literária norte-americana a
atenção pelas suas escritas, a qual considerou a obra como a melhor do ano.
Desde, então passaram a escrever sobre a autora e suas obras. Em 1988 recebeu o
Prêmio Pulitzer com Beloved e em 1993 recebeu o Prêmio Nobel de literatura. Com
nove obras escritas a autora navega nas experiências das mulheres negras dos
Estados Unidos, mais genericamente durante o século XIX e XX. Contudo, Beloved
foi o romance mais amplamente visado e comentado pela crítica, antes e depois
da premiação da autora. Porém, em obras anteriores, elementos históricos
houvessem se integrado ao contexto ficcional, foi em Beloved que eles se
manifestaram mais intensamente.
Os romances de Toni Morrison têm sido
exaltados pela crítica literária norte- americana pelo seu estilo versátil de
problematizar questões relacionadas às comunidades afro-americanas. As
temáticas morrisonianas produzidas nos últimos quarenta anos versam temas
pautados nos problemas da resistência cultural e política das comunidades
negras dos Estados Unidos, envolve relações raciais, construção da identidade
negra, espiritualidade e a sexualidade, segundo Rigney (1991,p. 08). “Morrison alson sings her work [...]
images of music pervarde her work, but so also does a musical quality of
language, a sound and rhythm that permeate and radiate in every novel” A música
em seus romances é mais uma estratégia para situar o movimento do negro
norte-americano. Morrison expressa à riqueza da voz
negra nos estilos do Jazz e Blues e outros ritmos musicais para desenhar o
significado cultural por meio da música e assim anunciar a fortaleza cultural e
racial dos afro-americanos.
She is a myth basher in a country where writes have been canonized
for creating and perpetuating the myths that form the foundation of the
American way of thinking: the cult of domesticity and true womanhood, romantic
love and ideal standards of beauty, capitalism and the protestant work ethic,
western culture and its obsession with modern technology, Christianity and
science, and the collective notion of reality. (HEINZE
1999, p. 03)
Como se pode verificar, Toni Morrison
conquista a sociedade e a crítica literária americana pelo seu estilo peculiar
de direcionar os seus personagens nos contextos de desordem políticas, sociais,
econômicas, culturais e de conflitos étnicos que a escrita negra de Morrison
elucida, ela sonda de modo bastante criativo o dilema da negritude americana
que batalha para alcançar a prosperidade e independência racial sem romper os
laços da ancestralidade que são responsáveis por sustentar a identidade dos
afro-americanos.
São inúmeras táticas utilizadas por Toni
Morrison para sustentar o discurso de uma política de resistência racial. Para
isso se faz necessário analisarmos o conceito de Identidade cultural explorada
no próximo tópico.
2. Conceitos
de Identidade Cultural
A identidade nada mais é do que um conjunto de características
próprias e individuais de uma pessoa. A construção de uma identidade envolve
muitos fatores, frequentemente, busca reivindicar questões sobre quem pertence
ou não pertence a um determinado grupo identitário, outros se baseiam a qual
etnia ou parentesco está relacionado, investiga a verdadeira origem da sua
história e do seu passado, além da sua condição social e material.
Schneider (2008,
p.17) frisa a respeito da identidade: “referimo-nos a “identidades” no plural
porque as compreendemos como “constantemente em processo de formação, e não
como algo fixa totalmente finalizada e determinada”. A respeito à identidade,
sempre estar em processo de formação, e são construídas dentro do discurso, cultural
constantemente em processo de mudança e transformação.
Com relação à Literatura, a
interface se faz, principalmente, no que concerne aos estudos culturais
vinculados à análise do processo que dialoga com a questão da identidade do
sujeito e da identidade cultural.
Segundo Adotevi citado por Mamoel (1995) em seu artigo que fala a respeito da Identidade Histórica dos
Povos Negros diz que:
(...) a
posse de si por si mesmo que ele busca na 'particularidade' deve impulsioná-lo
a exigir uma ação que coloque fim ao sistema histórico que o tem situado fora
da história. O reconhecimento da identidade negra passa necessariamente pela
reapropriação prática de sua essência de homem e, naturalmente, pela destruição
do sistema que o tem negado enquanto homem... A tomada de consciência do negro
deve significar uma mudança do curso das coisas, uma nova interpretação da
cultura, uma orientação nova da existência: uma revolta consciente. Não mais se
trata de reconhecer ao negro uma existência teórica, mas de reencontrá-lo na
afirmação contra sua dupla negação: a escravidão e a colonização. (p.07)
Disponívelem:http://www.solidarius.com.br/mance/biblioteca/africa.htm,acessado
no dia26/04/2014, às17: 20. [2]
Entretanto o reconhecimento da identidade negra passa pela reapropriação
da sua essência, e pensar na tentativa de inverter as condições que foram
postas pela colonização. Que esta afirmação se realize ao nível teórico de
uma ciência antropológica, mas sim de maneira prática na história real dos
povos negros.
Tendo como base os conceitos de Stuart Hall, o autor considera o
conceito de identidade complexo, mas isso não o impede de formular discussões e
suscitar a reflexão em torno da idéia de que as identidades estão sendo
descentradas, ou seja, deslocadas, fragmentadas. Segundo Hall em (2006) fala a
respeito da identidade cultural na pós-modernidade, o autora apresenta três
concepções de identidade, em diferentes períodos históricos:
O sujeito
do Iluminismo caracteriza-se por ser um indivíduo unificado, centrado e dotado
de razão cujo “centro”, seu núcleo interior, praticamente não se alterava ao
longo de sua existência. Trata-se, portanto, de uma concepção individualista do
sujeito e de sua identidade. Por outro lado, o sujeito sociológico refletiria a
complexidade do mundo moderno porque seu “núcleo interior” configura-se na
relação com as outras pessoas, logo, é uma concepção interativa da identidade
que se forma a partir da relação entre o eu e a sociedade. Já o sujeito
pós-moderno não apresenta uma identidade fixa ou essencial, pois ela é formada
e transformada continuamente. Além disso, não se trata de apenas uma
identidade, mas de várias, as quais são, algumas vezes, contraditórias ou não
resolvidas. Assim, essa concepção de identidade é provisória e perturbadora.
(p.10-12)
Dessa forma compreendem-se os elementos que aquele sujeito,
previamente havia vivido como tendo uma identidade unificada e estável, está se
tornando fragmentado. Ressaltando o fato
de que a sociedade moderna define-se por seu caráter de mudança constante,
rápida e permanente, além de ser caracterizada pela diferença, ou seja, inúmeros aspectos e contradições sociais que geram
diferentes identidades para o sujeito.
E além das mudanças ao longo da História, há outro aspecto
relacionado à questão da identidade, o qual consiste no caráter de mudança da
modernidade tardia, primordialmente, o processo de globalização e sua
incidência sobre a identidade cultural. Segundo Mercer (1990) citado por Hall
(2006) a respeito da identidade cultural na pós-modernidad
De forma
crescente, as paisagens políticas do mundo moderno são fraturadas dessa forma
por identificações rivais e deslocante-advinda, especialmente, da erosão da
“identidade mestra” da classe e da emergência de novas identidades,
pertencentes á nova base política definida pelos novos movimentos sociais: o
feminismo, lutas negras, os movimentos de libertação nacional, os movimentos
anti nucleares e ecológicos. (p.21)
Todo e qualquer processo de identidade passa por muitos destes
fatores, assim como o que ocorreu com o negro quando passou a lutar pela
afirmação da sua própria identidade, que por um longo período histórico
permaneceu retraída e sem identificação nos países ao qual havia sido
conduzido. Surgindo assim grandes movimentos de libertação, lutas negras pelas
igualdades sociais e o feminismo, movimento de grande importância para a
literatura afro-americana.
Schneider (2008, p.25)
frisa: “O sujeito do feminismo sobrevive nos tempos pós-modernos, embora ele
tenha se tornado menos identificado com o centro, com os ‘paradigmas
apropriados’ conforme o olhar ocidental hegemônico”. Essa sobrevivência se dá
pela necessidade ainda atual de questionar a supremacia hegemônica masculina
nas instituições sociais, o que mantém os conceitos de identidade,
subjetividade e subversão dentro da área de interesse dos sujeitos do
feminismo, mesmo que para apontar as suas lacunas.
A alienação imposta pelo branco começa a ser desfeita a partir do
momento que o negro passa a caminhar em busca da valorização da sua própria
cultura nos países para o qual foi levado, pois até um determinado período da
história do negro.A luta dos negros por uma autenticidade cultural, político e
social sempre caminhou com a finalidade de buscar sua própria identidade
colocando de forma distinta e existencial a sua condição negra.
Essa constante necessidade
de reconstruir, de reafirmar uma origem é perceptível na produção literária de
Toni Morrison. Segundo Hall em (2006, p.62): “Não existe nação que mantenha
características puras. Na verdade o que existe, são marcas simbólicas que
diferenciam determinado povo de outro. As nações modernas são todos híbridos
culturais, porque são compostos de povos de varias etnias e culturas.”
Por tanto a identidade cultural tornam-se determinante a partir da
auto-afirmação das comunidades, em que seus integrantes insistem em manter as
particularidades existentes em determinado povo do outro. Sendo assim a identidade
possui como fundamento a historia, a cultura, a língua, e outros elementos
culturais.
Para Hall (2009, p.08) em relação à identidade: “A representação atua
simbolicamente para classificar o mundo e nossas relações no seu interior.” Essas
identidades adquirem sentido por meios da linguagem e dos sistemas simbólicos,
pelos quais estão representados ao meio aos quais estão envolvidos. Segundo Hall (2009, p.10-11) frisa que:
Esta identidade marcada pela diferença
tem símbolos concretos que ajuda a identificar nas relações sociais quem é, por
exemplo, mulher e quem não são. Assim a construção da identidade é tanto
simbólica quanto social e a luta para afirmar uma ou outra identidade ou as
diferenças que os cercam tem causas e consequências materiais. Por exemplo, “os
homens tendem a posições-de-sujeito para as mulheres tomando a si próprio como
ponto de referencia, sendo assim as mulheres são as significantes de uma
identidade masculina partilhada. A identidade é marcada pela diferença, mas
parece que algumas diferenças – neste caso entre grupos étnicos – são vistas
como mais importantes que outras, especialmente em lugares particulares e em
momentos particulares.
Assim essa construção de identidade tanto ela é simbólica quanto social,
sendo assim a identidade nacional é marcada pelo gênero. As mulheres não fazem
partem desse cenário, embora existam, e ocupam outras posições nacionais e
étnicas.
Para justificar o conceito de identidade, precisamos examinar como a
forma de identidade se insere no circuito da cultura. Tomando a diferença e a
identidade como elemento constitutivo de um grupo cultural, como aconselha o
autor, pode-se pensar que, nesta comunidade imaginada da personagem Jadine Childs
afro-americana da obra de Toni Morrison, a diferença identitária é seu aspecto
mais característico. Segundo Hall (2009,p.16):
Para
compreender o que faz da identidade um conceito tão central, precisamos
examinar as preocupações contemporâneas com questões de identidade em
diferentes níveis. Na arena global, por exemplo, existem preocupações com as
identidades nacionais e com as identidades étnicas; em um contexto mais local,
existem preocupações com a identidade pessoal como, por exemplo, com as
relações pessoais e com a política sexual.
Sendo assim a identidade nesse contexto é analisado em níveis
diferentes, em que marca uma comunidade cultural, local, ou nacional, não é uma
lista de igualdades, mas, ao contrário, um conjunto de diferenças. Ele
esclarece que ela é formada e transformada continuamente em relação às formas
pelas quais somos representados ou interpelados nos sistemas culturais que nos
rodeiam. Segundo Hall em (2009, p.109), a construção da identidade de determinados
indivíduos ou grupos, se organizam a partir de narrativas construídas do
imaginário, do seu tempo histórico:
É
precisamente porque as identidades são construídas dentro e não fora do
discurso que nós precisamos compreendê-las como produzidas em locais históricos
e institucionais específicos, no interior de formações e práticas discursiva
especificas, por estratégias e iniciativas especificas. Além disso, elas
emergem no interior do jogo de modalidades especificas de poder e são, assim,
mais o produto da marcação de diferença e da exclusão do que o signo de identidade
em seu significado tradicional- isto é, que tudo inclui uma identidade sem
costuras, inteiriça, sem diferenciação interna.
A identidade é estabelecida a
partir do ponto de encontro entre os indivíduos. Acima de tudo, e de forma
diretamente contrária, as identidades são construídas por meio da diferença e
não fora dela. O discurso do poder dominante tem suprimido qualquer tentativa
de busca por uma identidade dos excluídos, ou porque desconsidera pela questão
da diferença ou porque nega a pela a existência do outro. De acordo com Silva
(2009, p.88) diz que:
Diásporas,
como a dos negros africanos escravizados, por exemplo, ao colocar em contato
deferentes culturas e ao favorecer processos de miscigenação, colocam em
movimento de hibridização, sincretismo e crioulização cultural que,
forçosamente, transformam, desestabilizam e deslocam as identidades originais.
Entretanto essa mistura entre as
diferenças de etnias, diferenças entre raças, favorece a esse processo de
hibridização analisados dentro do contexto culturais, como fundamentalmente
separadas e divididas.
Em A identidade cultural na pós-modernidade, Stuart Hall (2006,
p.38) discorre especialmente sobre a questão das identidades nacionais
fragmentadas. O autor caracteriza-a como “algo formado, ao longo do tempo,
através de processos inconscientes, e não algo inato, existente na consciência
no momento do nascimento.” As identidades nacionais existem sempre em algo
“imaginários” ou fantasiosos, ela estar sempre incompleta, estar sempre em
processo ou sempre sendo formada dentro do nosso exterior.
Para a pesquisadora Kathryn Woodward (2009, p.21) quando fez uma
introdução conceitual sobre a relação entre identidade e diferença, deu ênfase
ao aspecto da migração para entender a formação da identidade cultural, pois
segundo ela, “a migração produz identidades plurais, mas também identidades
contestadas, em um processo que é caracterizado por grandes desigualdades”.
Entretanto motivados pela necessidade econômica, muitas pessoas
tem passado por esse movimento de imigração que tem impactos tanto sobre o país
de origem quanto sobre o país de destino, sofrendo assim, por essa identidade
contestada. Para Kathryn Woodward ela frisa que: “As identidades em conflito
estão localizadas no interior de mudanças sociais, políticas e econômicas,
mudanças para as quais elas contribuem” (WOODWARD, 2009, p.25).
Neste sentido, as
mudanças e as transformações passam por novas formas de posicionamento em que
esses conflitos entre diferentes identidades, em que a luta e a contestação
estão concentrados na construção cultural da identidade. Segundo Silva (2009, p.91) frisa que:
É também por meio da representação que
a identidade e a diferença se ligam ao sistema de poder. Quem tem o poder de
representar tem o poder de definir e determinar identidade. É por isso que a
representação ocupa um lugar tão central na teorização contemporânea sobre a
identidade e nos movimentos sociais ligados à identidade.
Entretanto questionar a identidade e a diferença significa, nesse
contexto, questionar os sistemas de representação. A identidade e a diferença
adquirem sentido quando passam a existir. Contudo a identidade e a diferença
são estreitamente dependentes da representação. É por meio da representação,
assim compreendida, que a identidade e a diferença adquirem sentido.
Entretanto, a luta dos negros por uma autenticidade cultural,
político e social sempre caminhou com a finalidade de buscar sua própria
identidade colocando de forma distinta e existencial a sua condição negra. A
importância do conceito de identidade, estar presente na obra de Toni Morrison,
em relação à personagem Jadine Childes, que vai a busca da construção da sua
identidade, assim como a procura do lugar do eu, a relação do individual e do
social, a relação do branco com o negro, a busca pela identidade cultural.
3. METAMORFOSE
IDENTITÁRIA DA PERSONAGEM JADINE CHILDS NO ROMANCE PÉROLA NEGRA
3.1 Apresentações dos personagens e Enredo da
Obra
O romance Perola Negra em como personagens principais Son e
Jadine, ambos com ascendência negra, mas que vivenciam mundos totalmente
diferentes. Son é um homem pobre, sem estudo, que demonstra orgulho de ser
negro e valoriza suas origens. Certo dia, ele foge da Florida, pois estava
sendo acusado de matar sua própria esposa e aparece na propriedade dos Streets,
situada em uma ilha do Caribe. Depois de certo tempo, Son acaba sendo acolhido
pelos Streets, uma família branca cujos empregados domésticos Sidney e Ondine
são tios de Jadine, criada por eles desde a infância. Através do incentivo
financeiro fornecido pela família Street, Jadine se tornou modelo, além de ter
se formado em História da Arte pela conceituada Sorbonne. Na casa vive Valerian
Street, um fabricante de doces aposentado da Filadélfia e sua esposa Margaret e
seus velhos criados negros Sidney e Ondine.
Visita-os Jadine, a sobrinha mulata de Sidney e Ondine, que
ultimamente tem vivido em Paris como modelo de sucesso cortejada por
milionários brancos. Jadine deixou Paris, aliás, para refletir sobre uma
proposta de casamento feita por um milionário europeu que, entres outras
coisas, deu- lhe de presente um casaco feito com peles de bebês-focas. Somam-se
a eles três negros nativos, Gideon, Thérése e Alma Esté, contratados para
cuidar do jardim e da lavanderia.
Com a chegada de Son a casa dos Streets, Son causa um grande
rebuliço na vida das outras personagens, cada uma respondendo a sua intrusão de
maneira diversa mais sintomática. Margaret ao perceber a presença de Son, ela
encarna a fantasia típica do estupro de mulher branca por um negro: o que mais
poderia estar um negro fazendo no closet de uma mulher branca senão esperando
para estupra - lá? Son não é um estuprador, mais Margaret de alguma forma trai
sua própria culpa por haver maltrato seu filho ainda bebê.
Valerian convida Son para ficar, emprestando-lhe roupas e
convidando-o a tomar lugar do seu filho Michael á mesa durante a ceia de Natal.
Sidney e Ondine, Negros da Filadélfia, desprezam a aparentemente a rudeza de
Son. Já os criados nativos, ao contrário, desde o início simpatizam com Son e o
ajudam especialmente Thérése, uma velha cega que encarna para Son uma espécie
de mãe substituta. Jadine se sente atraída por ele Son, mas ao mesmo tempo o
despreza.
Son é na verdade a encarnação da negritude, para a jovem mulata
formada em história da arte e com uma história familiar de esforços no sentido
de respeitabilidade num mundo racista, Son um negro que não pode custear-lhe
casacos caros e nem pagar vôos transatlânticos, como jadine estar acostumada a
ter uma vida de luxos, o comportamento de Jadine com relação à Son, assim, vai
do afastamento aceitação.
Diante disso, Son resolve“resgatar” Jadine do mundo branco ao
levá-la para a sua terra natal, Eloe, Florida. No entanto, sua tentativa não
tem sucesso, uma vez que Jadine, embora tenha aceitado viajar com ele, não
consegue transitar nesse universo tipicamente negro. Ao chegarem ao vilarejo,
Son encontra um velho colega dos tempos de Exército e os dois começam a
conversar – eles falam o dialeto African American English[3].
Jadine não entende essa linguagem, que para ela remete à falta de
cultura e à pobreza, mas de qualquer forma, tenta interagir com outras
mulheres. Son, por sua vez é um veterano do Vietnam que matou a mulher adúltera
alguns anos após a guerra, é nominalmente um fugitivo da lei. Suas andanças ,
no entanto, têm origem em algo mais que o simples medo da prisão. Sua vinda á
ilha representa para ele um confronto necessário com sua possibilidade de
identidade.
Apesar de todo o seu
esforço para se adequar àquela comunidade, Jadine não se identifica com ela e
começa a se desentender com Son. Mais Son se apaixona por Jadine e ela decide
educar Son e fazer dele um príncipe africano, comprando-lhe roupas e
matriculando-o em cursos na Colúmbia e na SUNY[4]. Son, por sua vez, pretende
deixar Nova Iorque levando-a consigo. Seu relacionamento acontece entre a
Flórida e Paris, mais não dura por muito tempo, e por lá mesmo eles finalmente
se despedem um do outro.
Jadine parte para a ilha, e dali para Paris. Ao escolher a Europa,
ela prefere, em ser ela mesma, antes que negra ou branca, ela rejeita toda
noção de uma identidade cultural. Son deixa Nova Iorque, ele volta á ilha,
aparentemente para buscar o endereço de Jadine em Paris. Mais Son acaba se
juntando aos cavaleiros cegos da lenda que empresta o nome a ilha. Esses
cavaleiros, segundo a lenda, são os descendentes dos primeiros africanos
trazidos pelos franceses as Antilhas, que ficaram cegos no instante em que
viram a terra de seu futuro cativeiro.
O navio que o transportavam foi a pique, e eles boiaram até a
praia, onde haviam chegados também alguns cavalos trazidos pelo navio. Son se
junta aos cavaleiros e engajado no exercício da memória de suas antigas
propriedades: as dádivas de uma história compartilhada e de uma ancestralidade
cultural redescoberta.
3.2
A identidade cultural de Jadine Childs
no romance- Pérola Negra
Neste ambiente
textual será feita uma breve análise da personagem Jadine Childs, em Tar Baby
(Pérola Negra), da autora americana Toni Morrison. O romance de Toni Morrison retrata
essa metamorfose identitária da personagem, que apresenta em comum o fato de
ter ascendência negra, mas evidencia um tom claro de pele. Isso faz com que ela
possa, dependendo do contexto em que está inserida, “passar” como branca.
Conceituando o que venha a ser Metamorfose, usando como base o seguinte artigo
de VIEIRA (1998) apud VELHO (1994) ele frisa que:
Os indivíduos, mesmo nas passagens e trânsitos
entre domínios e experiências mais diferenciadas, mantêm, em geral, uma
identidade vinculada a grupos de referência implementada através de mecanismos
socializadores básicos contrativos, com família, etnia, região, vizinhança,
religião, etc. (p.29)
Ou seja, os
indivíduos modernos nascem e vivem dentro de culturas e tradições particulares,
o sujeito sofre contrastes culturais com a sua cultura de origem, que origina
metamorfoses culturais nos projetos culturais, no qual estar inserido. Os
indivíduos sempre estão em permanente construção. Ainda citando VIEIRA (1998)
apud VELHO (1994, p.39) ele frisa:
(...) os indivíduos modernos nascem e vivem dentro
de culturas e tradições particulares, como seus antepassados de todas as épocas
e áreas geográficas. Mais, de modo inédito, estão expostos, são afetados e
vivenciam sistemas de valores diferenciados e heterogêneos. Existe uma
mobilidade material e simbólica sem precedentes.(p.29)
Dessa forma, a
personagem Jadine optou por sua assimilação aos valores hegemônicos brancos,
deixando de lado suas raízes negras em diversos aspectos, incluindo a
linguagem. Jadine sente
aversão à presença de Son na casa dos Streets, e coloca-o em um patamar de
inferioridade, destacando, por exemplo, seus “cabelos agressivos, selvagens,
viçosos, que deveriam estar presos em segurança para não atacarem. Cabelos de
prisioneiro”. (MORRISON, 1981, p.140)
Jadine mais uma vez retrata essa
metamorfose identitária, quando na verdade fica clara a sua não identificação
em relação a sua imagem de negritude. Por tanto há esse confronto de
transformação identitária por parte da personagem, ou seja, a não aceitação da
sua negritude.
Gostaria de casar-se com ele, mas... E
ele? Será que queria realmente casar-se com ela, ou apenas com uma garota
negra? Se ele não estivesse encantado por mim, mas sim pelo mito da mulher
negra, o que aconteceria quando descobrisse que eu detesto usar argolões
exóticos, que não preciso esticar os cabelos, que o cantor Mingus[5] me
dá sono e que muitas vezes gostaria de sair de dentro da minha pele e ser
somente uma pessoa, eu mesma, não uma americana, uma negra, mas apenas eu, um
ser humano?(MORRISON 1981, p. 59.)
A personagem deseja ser
vista pelo noivo parisiense como um ser humano, como uma pessoa normal, com
suas características peculiares. Ela é negra, mas negas os seus aspectos
culturais, que não desenvolveu o sentimento de identidade afro-americana. Cuja
concepção de sua etnia é pessoal e abrange a dimensão do humano.
Resultando em uma transformação
inacabada e fragmentada. Essa metamorfose da personagem Jadine, é formada e
transformada continuamente em relação à forma pela qual ela vive e interpelada
nos seus sistemas culturais. A decência que Jadine associa às duas famílias é
que a faz ser grata ao tipo de responsabilidade que os Valerians e os Childs
têm para com ela, profissional e emocionalmente. Órfã de pai e mãe na infância,
ela encontra apoio nas duas famílias.
Vai depender do que está pretendendo conosco.
-- Conosco? Você está se
chamando de conosco?
-- Claro. Eu vivo aqui.
-- Mas você... Você não é um
membro da família. Quero dizer, você não pertence a ninguém daqui, não é?
-- Pertenço a mim mesma.
Mas vivo aqui. Trabalho para Margaret Street.
Valerian e ela são... Como diria... Meus protetores. Sabe o que
isso significa?
-- Que eles tomam conta de
você.
Alimentam, e tudo o mais...
-- Que me educaram. Pagaram
minhas viagens, minhas estadas, minhas roupas, minha escola. Minha mãe morreu
quando eu tinha apenas doze anos. E meu pai, quando eu estava com dois. Sou
órfã. Sydney e Ondine são meus únicos parentes vivos. Valerian fez o que
ninguém ao menos ofereceu. (MORRISON 1981, p. 145-146)
Jadine a personagem atua como uma
media intercultural entre negros e brancos, criando uma pluralidade de
identidades impostas pelos valores vitoriosos de um mundo branco, ocorrendo assim
à fuga de uma definição, ou seja, de uma identidade negra.
Jadine reage dizendo que pertence
àquela família branca pelo trabalho que tem, pela aceitação que alcançou, pela
atenção que recebe, e por tudo que os Streets fizeram por ela no passado e
continuam fazendo, agora. Em resposta a Son, Jadine afirma que Valerian fez
muito por ela e que, naquela casa, se sente a pessoa que ela sempre quis ser,
juntamente com os Streets e na companhia dos tios.
Por meio desse
romance, surgem questionamentos a respeito da crise da identidade da
personagem, seja por suas atitudes e pela sua forma de pensar. Existem vários
tipos de identidade, mas, todas são levadas para o mesmo conceito, que seria a
busca de sua imagem verdadeira, a sensação de descobrimento de quem e o que
somos tanto individualmente quanto para a sociedade onde cada indivíduo é
dotado de cultura.
A respeito às diferenças é preponderante porque, para Hall (2001,
p.62), o que marca uma comunidade cultural – local, ou nacional – não é uma
lista de igualdades, mas, ao contrário, um conjunto de diferenças. Por isso,
ele recomenda que “em vez de pensar as culturas nacionais como unificadas,
deveríamos pensá-las como constituindo um dispositivo discursivo que
representa a diferença como unidade ou identidade.”
A personagem Jadine sofre uma crise de identidade nesse cenário
dual onde ela vive, sendo assim a identidade está sempre em processo de
formação. Entretanto, é a partir das relações estabelecidas com outro meio
social que a personagem Jadine Childs passa por um processo de renascimento em
que luta para afirmar sua própria identidade. Sendo esse processo de construção
algo continuo, por ser a identidade formada, ao longo do tempo, a partir das
experiências com meio externo.
Sendo esse processo de construção algo continuo, por ser a
identidade formada, ao longo do tempo, a partir das experiências com meio
externo. Todo o romance é embasado na construção da identidade da personagem:
“Jadine deixou Paris, aliás, para refletir sobre uma proposta de casamento
feita por um milionário europeu que, entres outras coisas, deu- lhe de presente
um casaco feito com peles de bebês-focas. (MORRISON apud GIRAUDO, 1997, p. 80).
Na narrativa há o processo de
assimilação cultural que é aquilo que uma cultura adquiriu da outra implicando
ou não na perda da sua, esse processo é veiculado no envolvimento da personagem
negra Jadine com os brancos, que faz com que ela absorva o
pensamento de bens materiais da sociedade capitalista branca. O relacionamento da
personagem Jadine com os brancos e a sua caracterização com o
casaco de pele de foca, como já foi mencionado, é visto como um processo de
assimilação cultural. Essas vestimentas no contexto literário do romance
pertencem à sociedade dominadora.
Em a identidade
cultural na pós-modernidade Hall (2006, p.38), discorre especialmente sobre a
questão das identidades nacionais fragmentadas. Para delinear a constituição
das identidades o autor caracteriza-a como “algo formado, ao longo do tempo,
através de processos inconscientes, e não algo inato, existente na consciência
no momento do nascimento.” Dessa forma, Jadine optou por sua assimilação aos
valores hegemônicos brancos, deixando de lado suas raízes negras.
Em muitas
circunstâncias, a noção de identidade tem servido para criar distinções de
condições de vida, ao mesmo tempo em que propicia o não reconhecimento das
distinções individuais. Em outra perspectiva de identificação, a identidade
inclui a pluralidade das características humanas e sociais. Não se considera o
fato de que cada pessoa tem suas diferenças e que o conjunto delas constitui o
mundo social.
De fato de que a identidade se constrói em movimento, o que provoca
essas transformações constantes nos atores políticos, a identidade cultural de
Jadine é formada e transformada continuamente em relação às formas pelas quais
ela está representada nos seus sistemas culturais, no qual está inserida. Conclui-se
que as diferentes construções de uma identidade deixam marcas no seu processo
de formação e no modo como os sujeitos são posicionados dentro das sociedades.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Durante todo o percurso deste trabalho percebemos que a literatura
nos ajudou a compreender os fatos sociais que marcaram o processo da trajetória
da literatura negra norte-americana, como foi e é de uma grande importância
para a compreensão não só para a produção literária negra nos EUA, mais também
para toda história do país. Fazendo assim que surgissem escritores que tinham
um olhar atento a tudo ao que se passava.
E ninguém melhor para
explorar e descrever a mulher negra americana do que a própria autora Toni
Morrison, que construiu sua obra, sempre ressaltando e demonstrando as origens,
a feminilidade e o principal propósito que era a condição da mulher negra na sociedade
americana. Confrontando suas experiências de vida com suas obras literárias.
Mostrando a vaidade de Jadine uma negra que ascende socialmente e
se integra com os brancos, passa por um processo de transformação identitária
cultural e abandono de suas raízes e procurando assim construir sua
“identidade”. Assim, o que dá ao texto literário tamanho abertura para reflexão
sobre as questões identitárias presente no romance, na qual se faz presente à complexidade
vivenciada pela personagem feminina mestiça. Ao criar esse tipo de personagem,
a literatura cumpre um papel reflexivo como também o de crítica social. Por
conseguinte, sendo um todo inacabado, essa pesquisa possibilitará o
desenvolvimento de outras pesquisas em diversas perspectivas.
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Diferença: a perspectiva dos estudos culturais. 7ª ed. Petrópolis:
Vozes, 2009.
[1]
Este artigo faz parte da monografia de graduação intitulada: Metamorfose
identitária: da personagem jadine childs no romance pérola negra de toni Morrison.
[2]Disponível em:
http://www.solidarius.com.br/mance/biblioteca/africa.htm, acessado no dia 26/04/2014, às17: 20.
[3]Africano Inglês
Americano (AAE), uma linguagem variedade que também foi identificada em
diferentes momentos da dialectologia e estudos literários como Black Inglês,
dialeto negro, e Negro (fora do padrão) Inglês. Disponível em: http://www.britannica.com
[4] Universidade
Estadual de Nova York (SUNY) é um sistema de instituições públicas de ensino superior em New York, Estados Unidos.
[5]Charles Mingus (22 de Abril de 1922 – 5
de Janeiro de 1979) foi um contrabaixista, compositor e ocasionalmente pianista de Jazz.
Ele também ficou conhecido pelo seu ativismo contra a injustiça racial. Disponível
em:http://pt.wikipedia.org/wiki/Charles_Mingus